Os sinais de que 2025 será um ano difícil para o governo Lula, o Congresso e o Supremo

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Câmara dos Deputados

O ano termina com a finalização do inquérito da Polícia Federal sobre os atos golpistas e o início de uma nova fase, com o alto escalão envolvido alçado à posição de réus – e as consequências políticas que isso terá. Alexandre de Moraes suspendeu as férias e trabalhou durante o recesso, negando pedidos de liberdade aos generais Braga Netto e Mario Fernandes, e sinalizando um péssimo ano novo aos envolvidos na tentativa de golpe.

Para o governo, 2025 tampouco se mostra um ano promissor. As tentativas de ajustar as contas esbarraram num pacote fiscal menos ousado do que o esperado pelo mercado, em um anúncio “contaminado” pela sede de boas notícias, que acabou ofuscando as medidas, pelo cenário internacional instável e pela falta de vontade do Congresso e do Judiciário de colaborarem com a necessidade de corte de gastos.

O resultado é que o Brasil chegará ao ano novo com “aperto” no BPC, com teto para o reajuste do salário mínimo – o que atinge a população de baixa renda e os aposentados – e sem uma trava para os supersalários do funcionalismo público, uma vergonhosa apropriação do erário pela elite do Judiciário e do Ministério Público, que chega a receber mais do que o dobro do teto salarial de R$ 44 mil. Em resumo, os ajustes atingiram o grosso da população mas não chegaram no topo da pirâmide, mais uma vez.

Para aprovar o pacote, a União turbinou as bilionárias emendas – ou seja, para frear os gastos, ampliou a gastança. Mais alinhado ao mercado, o Congresso passou imune às críticas públicas da gestão fiscal. Mas caiu na teia no Supremo, que quer dar alguma transparência à distribuição de recursos em 2025. Esse promete ser o grande cavalo de batalha do ano que vem, tensionando as relações entre os três poderes.

O fato é que estaremos em uma quadra incomum da história. Via de regra, a segunda metade do governo é a hora de ampliar os gastos e começar a fazer entregas, de olho na reeleição. Lula está pressionado em sentido contrário. A economia dá sinais de desaceleração, o impasse entre o Congresso e o Judicário ganhou um novo capítulo e a tentativa de golpe pode chegar ao julgamento. O ano promete.

Fonte Original | NSC Total