Equipe da CNN mostra bastidores da plataforma P-69 no pré-sal

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Equipe da CNN mostra bastidores da plataforma P-69 no pré-sal

São 6h da manhã e mais de 10 helicópteros se preparam para decolagem no aeroporto de Jacarepaguá no Rio de Janeiro. Eles levam trabalhadores da Petrobras que embarcam para duas semanas no ponto central da produção de petróleo no país.

Do Campo de Tupi, na Bacia de Santos, saem 850 mil barris por dia, quase 25% de toda a extração no Brasil. Somente essa área produz mais petróleo que países inteiros, como Venezuela e Colômbia. Os reservatórios estão localizados a 7 mil metros de profundidade. São cerca de 2 mil metros de lâmina d’água, mil de rochas e outros 2 mil metros de sal. Debaixo de tudo isso, uma riqueza.

A gente pousou em uma das nove plataformas que operam no Campo de Tupi, a 280 km da costa depois de uma hora e 20 mais ou menos de voo.

A equipe da CNN foi conferir in loco como é o funcionamento e a rotina de trabalho nesta cidade em alto mar. Cidade não é força de expressão. A plataforma movimenta 14 toneladas de alimentos por mês, tem miniestação de tratamento de esgoto e abriga uma usina de geração de energia térmica, a gás e a diesel, com potência suficiente para abastecer um município de 150 mil habitantes.

E tem uma espécie de prefeito, que é o Brunno Piva. “É um sistema muito complexo, então já é de se imaginar que existem muitas demandas aqui. Mas a gente possui uma equipe muito estruturada, muito capacitada a bordo e em terra a mesma coisa. Então, são 158 pessoas aqui a bordo, a produção não para, a produção é 24 horas, a manutenção é 24 horas, a hotelaria é 24 horas.”

O engenheiro de petróleo paranaense viu de perto a história do pré-sal. “O primeiro piloto do pré-sal, que é a unidade de Angra dos Reis, tocou sua produção de uma maneira muito rápida, com 100 mil barris de petróleo, uma quantidade até pequena de poços produtores quando comparado a unidades do pós-sal. Acho que a partir daquele momento já começou a ficar visível para todo mundo da realidade e da expectativa positiva que a gente teria com o pré-sal.”

Em uma década e meia, os custos despencaram e o preço internacional do barril manteve-se quase sempre acima dos US$ 60. Resultado: Tupi já tem uma produção acumulada de 2,6 bilhões de óleo equivalente. Isso encheu os cofres públicos. Só em 2023, gerou R$ 37 bilhões em participações governamentais, incluindo a arrecadação de tributos e royalties.

O centro de controle da P69 é uma espécie de cérebro da plataforma. De um lado, a operação, onde se pode abrir e fechar a torneira, mais ou menos isso, para aumentar ou diminuir o fluxo de petróleo que chega de cada um dos sete poços que estão perfurados em atividade. Do outro lado funciona e se controla o armazenamento do óleo, o que vem, quando sai e como sai.

Diariamente, só a P69 produz 6 milhões de metros cúbicos de gás, que vão sendo escoados por uma rede de dutos submersos, levando a matéria-prima até o litoral brasileiro. Além de 150 mil barris de petróleo. Nas instalações da plataforma, consegue se estocar o equivalente a 10 dias de produção, mas a cada quatro ou cinco dias, um navio petroleiro costuma passar para recolher o produto.

Essa operação ocorre na Avenida Brasil, um longo corredor onde reservatórios robustos e quilômetros de tubulações vão recebendo material recém extraído. E acompanhando de perto todo esse processo, eu não pude perder a chance de matar uma curiosidade. Eu nunca tive a oportunidade de encostar a mão, o dedo em petróleo bruto, recém extraído. Tive essa experiência e é incrível. Sai um pouquinho quente, é um petróleo recém-extraído. Impressionante a gente pensar que isso era em algum momento da história, um organismo vivo. E o que me surpreendeu é que é muito menos viscoso, muito menos pesado do que eu imaginava.

E por falar em descoberta, a da reserva do pré-sal só foi feito em 2006, mas essa história começou há mais de 100 milhões de anos. Atualmente, a produção em águas ultraprofundas virou uma realidade. E como a camada de sal conserva as características do petróleo, é mais fácil de refiná-lo. Por possuir menos enxofre, também acaba poluindo menos.

Essa é uma das características inclusive do pré-sal, um petróleo de alta qualidade com API, um teor, um grau muito elevado, o que o torna um petróleo de qualidade e muito bem aceito no mercado internacional.

Fonte Original | Ciência – Notícias e tudo sobre | CNN Brasil