O mergulho é uma atividade cujas origens remontam à Grécia Antiga, quando a prática era utilizada para o extrativismo de esponjas utilizadas para os banhos. Foram anos de evolução de equipamentos, trajes e técnicas, que garantiram um fascínio que chegou até Hollywood, sendo retratado em filmes como O Fundo do Mar (1977) e o clássico Tubarão (1975).
Contudo, quem acompanha com afinco o cinema norte-americano, sabe que diretores e roteiristas adaptam a realidade conforme os interesses da obra. Isso, na prática, significa que nem sempre os filmes mostrarão como as coisas são realmente, e nem mesmo o mergulho foi capaz de fugir à dura realidade da ficção.
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Toggle1. Mergulhadores não atraem tubarões
Cenas que envolvem mergulhares em alto mar costumam mostrar que, basta fazerem um breve agito nas águas, os tubarões logo vão aparecer. Porém, contra tudo o que Holywood já pregou em seus filmes, mergulhadores, profissionais ou não, não são atrativos para os animais do mar, como Mergulho Radical (2005) e outros títulos fizeram parecer.
De acordo com dados do International Shark Attack File (ISAF), banco de dados internacional que reúne números cientificamente documentados de ataques de tubarão desde o ano de 1500, ataques de tubarão a mergulhadores são raros. Na realidade, existem mergulhos específicos cujo objetivo é avistar um desses animais.
2. Mergulhadores não nadam velozmente
Filmes de ação e aventura exigem dinamismo nas sequências filmadas. Não à toa, mergulhadores nos títulos de Hollywood parecem sempre se mover rapidamente. Suas pernas se movimentam com bastante agilidade, aproveitando o impulso de suas nadadeiras para atingir grandes velocidades. Entretanto, na vida real, você dificilmente veria uma cena como essa.
É comum que mergulhadores optem por um ritmo mais cadenciado, já que é essencial ao indivíduo conservar ar de modo a prolongar o mergulho. Outro aspecto preponderante a um ritmo mais lento é a possibilidade de acompanhar melhora vida marinha, um dos objetivos de quem se aventura abaixo das águas.
Por fim, mas não menos importante, excesso de esforço durante um mergulho amplia o risco de desenvolvimento da doença descompressiva, condição considerada perigosa causada pela formação de bolhas de nitrogênio no sangue e outros tecidos do corpo.
3. Não se usa ar enriquecido para mergulhos profundos
Também conhecido como nitrox, o ar enriquecido é uma mistura gasosa em que há maior concentração de oxigênio do que no ar comum, totalizando até 40%. Seu uso oferece vantagens para o mergulhador, como redução do risco de doença descompressiva, menor intervalo entre mergulhos e maior número de mergulhos por dia. Mas, diferente do que já apresentado em Hollywood, usar essa mistura não garante autonomia para idas tão profundas.
Apesar dos benefícios trazidos para quem pratica a atividade, o nitrox não oferece vantagens para mergulhos profundos, é justamente o contrário. Ele aumenta o risco de toxicidade ao respirar oxigênio em alta pressão parcial. Mergulhadores profissionais têm pleno conhecimento de que não podem misturar seus gases de acordo com a profundidade que desejam atingir.
4. Mergulhadores não se aventuram em grandes profundidades oceânicas
Fãs de James Bond devem se lembrar do agente secreto vestido em trajes de mergulho e com seu tanque de oxigênio pronto para salvar o dia em 007 – Somente Para Seus Olhos (1981). Esse tipo de cena é bastante corriqueira em filmes de ação, mas Hollywood pisa na bola, já que oceanos são bastante profundos e apenas uma parcela pequena deles são submersíveis.
Na prática, isso quer dizer que se um navio afunda ou um avião cai ao mar, herói nenhum seria capaz de se atirar para um mergulho para salvar quem quer que fosse. É maior a chance de que o objeto acabe em profundidades fora do alcance de um mergulhador profissional do que o salvamento.