Um dos principais nomes da gestão pública na área econômica de Santa Catarina, também com destaque no setor privado, o engenheiro civil Cleverson Siewert, 49 anos, atual secretário de Estado da Fazenda de SC, recebeu na noite de quinta-feira (30) o título de Cidadão Benemérito de Joinville. É uma homenagem especial e um reconhecimento da cidade onde nasceu, concedido pela Câmara de Vereadores de Joinville, numa proposição do vereador Brandel Junior (PL), com aprovação unânime dos demais parlamentares.
A sessão especial foi com auditório da Câmara lotado, com as presenças de familiares de Siewert, lideranças como o governador Jorginho Mello, o prefeito de Joinville Adriano Silva, o presidente da Assembleia Legislativa de SC Julio Garcia, os presidentes da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) Mario Cezar de Aguiar e da Federação das Empresas do Comércio e Serviços (Fecomércio-SC) Hélio Dagnoni, parlamentares, secretários, lideranças do setor privado, de entidades culturais, sociais e outras.
Veja imagens da homenagem a Cleverson Siewert com o título Cidadão Benemérito de Joinville:
O secretário da Fazenda de SC Cleverson Siewert (C) recebe o título das mãos do Brandel Junior (D) e do presidente da casa, Diego Machado (PSD) (Foto Carlos Junior)

Cleverson Siewert (E) e o governador Jorginho Mello na mesa de autoridades durante o evento (Foto: Carlos Junior)

Cleverson Siewert e o vereador Brandel Junior, que sugeriu a homenagem (Foto: Mauro Artur chlieck, CVJ)

Cleverson Siewert durante o discurso de aproximadamente 20 minutos (Foto: Carlos Junior)

Autoridades presentes na homenagem a Cleverson Siewert, em Joinville (Foto: Mauro Artur Schlieck)

O homenageado na sessão especial (Foto: Carlos Junior)

Governador Jorginho Mello fala diante de familiares do secretário (Foto: Mauro Artur Schlieck)

Autoridades e familiares na sessão da homenagem (Foto: Mauro Artur Schlieck)

Auditório da Câmara de Vereadores de Joinville ficou lotado (Foto: Mauro Artur Schlieck)
Emocionado com a homenagem, Siewert falou do amor por Joinville desde a infância, de como a maior cidade catarinense com economia forte ajudou a moldar sua personalidade, dos amigos e dos aprendizados na Universidade Federal do Paraná onde fez a graduação. Também falou do primeiro emprego, da participação no associativismo no Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Empresarial de Joinville (Acij), da estreia no setor público, na trajetória como gestor na área pública e empresarial.
– Recebo essa honraria com humildade e respeito, não apenas como uma distinção pessoal, mas como um gesto que simboliza o vínculo duradouro que mantenho com esta cidade. Joinville é o lugar onde tudo começou. É a cidade onde nasci, fui criado e onde vivi meus primeiros 17 anos. Uma cidade que moldou minha personalidade, meus valores e minha visão de mundo – afirmou no início do discurso.
Siewert disse ter muito orgulho de ser joinvilense. Contou que quando fala que é de Joinville para quem não é da cidade, a primeira imagem que vem à cabeça deles é o forte parque industrial. A cidade é destaque nacional e global por sediar indústrias gigantes dos setores metalmecânico, plástico e químico. É também a terra do Festival de Dança e da única escola do Bolshoi fora da Rússia.
Uma das falas do discurso do secretário que chamaram a atenção foi quando ele se referiu aos desafios do primeiro emprego, na multinacional joinvilense Tigre.
– Após me formar, enfrentei o que talvez tenha sido minha primeira grande provação profissional: meses à procura de um emprego, até conseguir a primeira oportunidade na Tigre. Entrei como engenheiro de vendas e me dediquei com afinco. Era o profissional disponível, que dizia “sim” para tudo — para as viagens, para os plantões, para os desafios. Essa fase me lembra muito a fábula do bambu chinês, que demora anos para romper a terra e começar a crescer. Durante esse tempo, ele se fortalece por dentro, cria raízes profundas — invisíveis, mas essenciais para sustentar o crescimento que vem depois – destacou ele.
A estreia no setor público foi em função dos contados no associativismo. No começo da primeira gestão do então governador Luiz Henrique da Silveira, em 2003, ele incluiu entre os executivos alguns jovens com formação diferenciada, que eram chamados de “Menudos”, em referência a um grupo musical.
Um desses jovens era Siewert que mais tarde, em 2010, na gestão do governador Leonel Pavan, assumiu a pasta da Fazenda aos 33 anos, sendo o secretário de Estado da Fazenda mais jovem da história do Brasil. Em 2011, ele foi para a diretoria da Celesc e anos depois assumiu a presidência da companhia.
– Aprendi mais sobre gestão corporativa, sobre a importância do diálogo com os servidores, com os consumidores, com os investidores, com o governo e prefeituras. Entendi, ainda mais profundamente, o impacto que uma decisão de gestão pode ter na vida real das pessoas. Foram 16 anos nesta primeira passagem na vida pública, uma experiência incrível – destacou.
No discurso, ele agradeceu lideranças e entidades que ofereceram oportunidades na trajetória dele ou foram parceiras de caminhada. Entre os que receberam menção especial está o governador Jorginho Mello, que fez o discurso final do evento de homenagem na Câmara de vereadores de Joinville. Siewert ressaltou o estilo de gestão do governador.
– Com uma capacidade impressionante de tomar decisões difíceis com serenidade e foco no bem comum, o governador Jorginho Mello é um exemplo da liderança que Santa Catarina precisa: firme nas convicções, mas sensível às necessidades dos catarinenses. Incansável na busca por resultados, mas atento aos pequenos gestos que fazem toda a diferença na vida das pessoas – falou ele sobre Jorginho Mello.
Nos cerca de 20 minutos em que falou ao público, Siewert também revelou aprendizados que teve na trajetória até aqui. Disse que o caminho do sucesso passa por quatro “Rs” fundamentais: Referência, Resultado, Reputação e Relacionamento.
Entre as presenças especiais no evento estavam os pais do secretário, Edegard e Valéria Siewert, a filha Barbara, a esposa Fernanda, a irmã Luana, o cunhado Diego e os sobrinhos Henrique e Davi. Antes do evento, o secretário concedeu uma entrevista exclusiva para a coluna, na qual falou sobre a trajetória e disse que as contas do estado estão sob controle. Confira a seguir:
O que significa para o senhor receber o título “Cidadão Benemérito de Joinville?
– Estou muito feliz. Me sinto honrado, homenageado! Aqui eu nasci, aqui residem a minha família e meus amigos. Quando eu tenho algum problema é para cá que eu venho.
Joinville é uma cidade que representa um grande motor do estado de Santa Catarina, uma cidade industrial, inovadora, que tem na cultura uma grande parcela também do seu DNA. Tudo isso me inspira, tudo isso está dentro de mim e, portanto, ao receber essa homenagem da cidade na qual eu nasci, me sinto muito satisfeito e muito orgulhoso.
O senhor é unanimidade quando se considera um gestor técnico competente, tanto no setor público, quanto no setor privado. Como chegou lá? Foi a engenharia, foram as experiências?
– Primeiro, eu acho que as pessoas são muito gentis comigo, assim como você é. Mas, acima de tudo, eu acho que eu tive grandes professores. Eu aprendi com gente muito bacana desde cedo, trabalhando duro, trabalhando firme.
Também trabalhei para grandes personalidades aqui do nosso estado que me ensinaram a forma de tratar as pessoas, a forma de conversar com as pessoas, a forma de compor, de buscar, enfim, sempre construir, entender, ter empatia pelos outros, pelos assuntos. Eu acho que isso permite com que eu possa ter essa interação bacana com as pessoas, elas gostam e confiam em mim. Fico muito honrado com tudo isso.
Esta é a segunda vez que o senhor assume a Secretaria de Estado da Fazenda. A primeira foi no governo de Leonel Pavan. Mas também foi presidente de duas grandes empresas: a Celesc e o Ascensous Group. O que essas funções têm em comum e de diferente?
– Todas são tarefas complexas, mas prazerosas. Eu acho que a grande diferença é que a Celesc é uma empresa que está diretamente ligada ao consumidor. Então, você é vitrine e vidraça o tempo todo. Já na Secretaria de Estado da Fazenda, que é uma área meio, a gente acaba não estando tão exposto.
As secretarias fins do estado é que estão mais expostas como as de Saúde, Educação e Infraestrutura. A nossa função na Fazenda é prover recursos, é ter uma outra sistemática, de tal sorte que a gente possa ajudar na gestão do Estado. Então, acho que a diferença é essa, mas, obviamente que a dificuldade, a complexidade nas duas, elas se equivalem e exigem muito trabalho, dedicação e posicionamento sempre muito correto.
O senhor também foi CEO do Ascensus Group, que é multinacional? Como é o mundo privado?
– Olha, eu tive a oportunidade também de voltar para o mundo privado. Fui presidente de uma companhia grande. No tempo que eu passei lá, junto com todo o time, a gente fez uma mudança muito forte. Saímos de R$ 2 bilhões para R$ 8 bilhões de faturamento.
Enfim, acho que isso foi muito legal. A diferença é que a gente não tem tanta exposição na empresa privada, mas o nível de trabalho, o nível de entrega é tão grande quanto no setor público. Afinal de contas, o mercado é dinâmico, o mercado tem uma concorrência muito forte. Devemos estar sempre preparados. Então, na minha opinião, a grande diferença entre o mundo corporativo privado e o corporativo público é que no público, muitas vezes, se tem mais exposição.
Como o senhor tem a chave do “cofre” do governo de Santa Catarina, não posso deixar de perguntar como estão as finanças do estado?
– Bem, acredito que com todo o trabalho feito com muito carinho, muito cuidado, muita atenção por parte da Secretaria de Estado da Fazenda e, principalmente, respaldado pelo governador Jorginho Mello, o nosso plano de ajuste fiscal funcionou. O governador é muito ciente e muito firme nas suas cobranças.
Então, graças a Deus, hoje o governo está posicionado de uma forma positiva, de forma que pode continuar sendo um impulsionador da economia catarinense, seja dando benefício fiscal para empresas gerarem emprego e renda, seja fazendo investimentos e, com isso, também movimentando a economia, ou mesmo ajudando os nossos próprios funcionários que, por via de outra mão (os salários) também acabam colocando recursos na economia.
*O secretário Cleverson Siewert também falou sobre medidas e impactos do tarifaço dos EUA em SC. Esse conteúdo está nesta matéria.
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